quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dança da despedida

A tua mão estendeu-se para a minha num subtil gesto de despedida.
Toquei-a, sentindo-me quente.
Nesse preciso instante, os teus olhos mergulharam-me na alma.
E a boca estendeu-se para a minha, naquele que pretendia ser o primeiro e último beijo.

Um encontro leve e molhado abriu caminho para o tempo em que não há voltas atrás.
E soltámo-nos nas asas do desejo.

Colaste o teu corpo ao meu como se te pertencesse desde sempre. Com a avidez das crianças em novas brincadeiras, descobrindo um mundo novo.
As tuas mãos apossando-se de todos os pedaços de mim, a tua língua explorando-me o gosto a canela da boca vermelha.
De olhos bem abertos plantados nos meus, como uma ordem suplicante para que a entrega fosse total.

Em breve o teu sofá era terreno fértil para os nossos amores proibidos.
Rapidamente o meu vestido branco se tingiu de gotas do nosso suor, e os teus calções de cor cinza se colavam nas tuas ancas, mostrando-me o teu sexo duro e hasteado, pronto para se banquetear de mim.

As minhas mãos exigiram o desapertar do teu cinto, o libertar daquele empecilho de roupa que me impedia de te tocar. Assim que o conseguiram, senti vibrar por entre os dedos o teu desejo acumulado, que se rendia a mim.

Suspiraste, aguentando firme as minhas carícias. Querias gozar e fazer-me gozar contigo.

Tiraste-me as alças do vestido e, sem cerimónia, lambeste-me o peito, os mamilos erectos recebendo a tua saliva. Com os teus dedos ágeis tiraste-me as cuecas de renda branca, e começaste a encher-me de humidade. De vontade crua.

Com um impulso, libertaste-te de mim, olhaste-me assim, abandonada e seminua, no teu sofá, sorriste e baixaste-te sobre o meu ventre, onde iniciaste uma dança de língua na minha vagina.

Gritei, agarrando-te na cabeça.
A tua boca chupava-me o sexo, lambia-me sem pudor, mostrava-me que era impossível fugir do tanto que te queria.

Brincaste até ver que eu não aguentava mais.
Nesse momento ergueste-te e entraste em mim por um caminho alagado de suor e desejo.
Seguraste-me as nádegas e empurraste-te para dentro de mim, do centro do meu corpo.

Ambos gemíamos baixinho, envolvidos e entregues ao impulso energético que nos unira.

Uma e outra vez, abri-me e contraí-me para ti, apertando-te entre as pernas que te recebiam.
Uma e outra vez, penetraste-me fundo, possuindo-me, fazendo-me tua. Tua.

Rapidamente sobreveio o momento orgásmico, fundindo-se os nossos corpos, as nossas vozes, com o nome um do outro gritando na garganta rouca, amando-se as nossas almas.

Aí, veio a paz. E reconhecemo-nos, por fim. 

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