quinta-feira, 7 de julho de 2011

O vestido

De repente dou-me conta que hoje trago o vestido que levei ao teu casamento.
E recordo-me da dança que partilhámos, tu já casado e eu já pensando no desperdício do que podíamos ter vivido e o meu corpo, sem dares conta, a fervilhar perto do teu, enquanto me conduzias devagar ao largo da sala.
De repente dou-me conta hoje, anos depois, tu ainda tão bem casado como na altura, hoje no dia em que estamos os dois no teu sofá e a minha boca te chupa o pénis endurecido, e me dizes bem alto e em voz rouca o quanto me queres, dou-me conta que esta vida é redonda demais para os passos da vontade.
E sorrio, e rio enquanto puxo o vestido lilás para as coxas e me encavalito fundo em ti, e me seguras pelas ancas com gosto e urgência, para a frente e para trás como tão bem sei que te agrada, e te sinto o estremecer final e o rio de sémen quente que agora partilhas comigo, dentro de mim, e me afundo mais enquanto me perco nesta luxúria doce que me une a ti…
Depois sugas-me os lábios como se me quisesses prender a ti num laço invisível que não se quebra pela distância nem por outros quaisquer corpos que se coloquem entre nós, como se me dissesses que há algo em mim que guarda o teu cheiro e sabor, e que há parte de ti que me recorda com amor todos os momentos…

Sem comentários:

Enviar um comentário

Solta o teu instinto em palavras...