quinta-feira, 7 de julho de 2011

Threesome

Falavas nisso há tanto tempo, nesse teu desejo embriagado, que te inflamava o olhar.

Sussurravas-me os detalhes ao ouvido enquanto me possuías, e nesses momentos apoderava-se de ti o fervor da vontade nua e crua, e penetravas-me com mais força. E eu gemia deliciada e totalmente possuída por ti.

Cresceu em mim, sem me aperceber, um desejo igual ao teu.

A ideia, que de início me parecia impossível de concretizar, tomou raízes, criei-lhe gosto, e surpreendi-me também a tecer cenários imaginados de fantasia, enquanto os meus dedos rebeldes procuravam o meu centro, uma e outra vez, satisfazendo-me. E mais uma vez gemia, e mais uma vez gritava.

Comecei a tentar adivinhar nos rostos que me rodeavam possíveis companheiros de uma noite de loucuras, mas abanava a cabeça num misto de vergonha e desespero por não poder concretizar aquela febre que já me consumia, como a ti.

Uma noite, uma saída de amigas, vi-me num bar que me era desconhecido e a dançar solta numa pista, ao ritmo quente escolhido pelo ouvido experiente do DJ.

Abri os olhos, e lá estava ela, a olhar-me. Galar-me, mais seria o termo. Tentei afastar o meu olhar mas ele caía sempre, irrequieto, para o canto onde estava a mulher de corpo mulato e generoso (belo, belíssimo!) e grandes olhos cinzentos que me comia assim, à distância. Sentia o desejo dela como um campo eléctrico em seu redor, que me fazia húmida e gelatinosa no vestido branco que me cobria. Tive até medo que fosse visível para as minhas amigas a forma como, de repente, me vi a dançar apenas para ela, provocantemente, sensualmente.

Pensei-me louca, levei as mãos à cara e decidi-me por uma rápida visita ao WC, onde me poderia compor.

Mal tinha atravessado a porta e estava a passar água pelo pescoço que ardia, sentia-a atrás de mim. Sem me tocar, disse-me "quero-te e sei que também me queres. mas se me negares, vou-me embora sem te tocar sequer".

Sem levantar os olhos, sussurrei-lhe em voz rouca que sim, que a queria, que não sabia o que de mim se havia apoderado, que eu não era homossexual e mais uma data de baboseiras em forma de desculpa que ela calou, sem apelo nem agravo, colando a boca à minha, e explorando-me com a língua, enquanto os dedos doces me procuravam as virilhas.

Com todo o discernimento que pude reunir, e já ébria de desejo por aquele corpo moreno, pedi-lhe para se guardar, porque a queria partilhar contigo. Concordou e dirigimo-nos apressadamente ao meu carro, que conduzi até casa, enquanto ela me tocava onde conseguia, durante o caminho.

Abri a porta de mão dada com a minha mulher-desejo, chamei por ti. Vieste, meio tonto de sono, tronco nu e boxers, e num olhar compreendeste tudo. Olhámos-te, rimos meio em surdina, como meninas travessas preparadas para uma diabrura. Vi como o teu corpo se começou a agitar para o sexo (conheço-te bem).

Juntos, de mãos dadas, subimos para o quarto, em penumbra. Ficaste a um canto, de "castigo", enquanto a minha amiga me tocava com as suas mãos experientes e sábias, adivinhando-me o querer.

Desceu no meu corpo, abrindo-me as pernas e afundando a língua no meu centro, enquanto me contorcia sem nada pensar. Querias isto, afinal quem goza mais, quem gosta mais sou eu, estou louca, quero tocar-lhe, peço-lhe, encaixamos uma em cima da outra em cada direcção, exploramos os sexos alheios, agora estou completamente entregue e perdida e sinto a tua respiração ritmada no canto.

És convidado a participar, ela lambe-te o sexo hasteado, enquanto te beijo na boca e tens uma mão na cabeça da "nossa" mulher e outra no meu peito de mamilos erectos. Gostas, vejo-te na fome com que me consomes os lábios e me apertas o seio. Gosto que gostes.
Ordenas-lhe que me coma de novo, eu deito-me na cama, à beirinha, de pernas bem abertas, adivinhando já o fogo que nos vai consumir. Ela, deliciada comigo e o meu gosto a fêmea "virgem" nestas coisas, enfia bem a língua no meu clítoris, rodeia-o com os lábios, enquanto me penetra com os dedos. Gemo, é demais.

Louco, tu penetra-la por detrás, apoiado nas suas ancas largas. O gozo que vês no meu olhar inebria-te, endoidece-te, e ela pede-te que não pares, e que vás fundo, e diz uma data de obscenidades que nos põem a ponto de explodir. Estamos os três a gozar ao máximo, bem se vê.

Com um último empurrão, vens-te nela, ao mesmo tempo que ela se contorce no orgasmo simultâneo. Vendo-vos, abandono-me à língua dela, e o meu corpo arqueia no momento do orgasmo que me toma conta.

Os três, juntos. Como um.

Threesome, at last.

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