sexta-feira, 1 de junho de 2012

Viajo sozinha

Deitada na minha cama, recosto-me nas almofadas e deixo o pensamento, indolente, vaguear por entre as ondas de calor do dia que se colam à pele e me deixam à beira da demência.
A mente leva-me a ti, e imagino-te perto.
Como que por osmose, o ar quente do quarto impregna-me a pele, transpõe a ténue barreira epidérmica e invade-me livremente as células.
A tua imagem incendeia-me os sentidos.
E o já tão familiar aguilhão do desejo percorre-me a bacia, indo deitar-se no monte de prazer de Vénus entre as minhas coxas, que antecipando o momento abriram o portal.
Deslizam-me os dedos pelos seios, desenham estranhas cornucópias no ventre e mergulham enfim, em deleite, na doce humidade que me cobre já a vagina, ao mesmo tempo que da garganta se me escapa um suspiro.
Imagino a tua boca ali, naquele sítio. A língua saboreando-me o clitóris, os lábios beijando-me os meus. Os de baixo. E os teus dedos, num toque de mestre, completando o prato, penetrando-me fundo.
Ai!........
Os meus dedos imitam os gestos que queria teus, sentindo-se teus.
Alterno  o ritmo da penetração, de modo a fazer-me gozar mais e mais. Parando quando me sinto descontrolada, massajando-me mais acima, no lugar que tão bem conheço e que sei ser porta de viagens de prazer mágicas no meu interior.
As pernas tremem-me com força, sinal de que o orgasmo ameaça invadir-me.

Desta vez deixo-o. Deixo-te entrar-me, através de mim.
E quando me surge a imagem das minhas mãos a segurar-te na cabeça e apertando-te contra mim, exigindo-te que me domines, me faças vir na tua boca enxarcada, permito então que o prazer me engula como monstro voraz e faminto, inteira e completamente rendida.

Solta-se-me o grito do teu nome que guardo no peito.
E chamo-te para mim. 

1 comentário:

  1. Belíssimo... as viagens "solitárias" têm sempre muito que se lhe diga... e fantasie!;)

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Solta o teu instinto em palavras...